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A Direita e o sentido da História

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02.11.2025

Foi no programa Realpolitik da Rádio Observador que ouvi Sérgio Sousa Pinto, outrora apelidado l’enfant terrible do PS, desfazer certo equívoco que poderia ainda alojar-se na cabeça de algum eleitor mais distraído: a esquerda oferece uma mundivisão, uma teoria, um sistema explicativo acerca do real baseado na racionalidade; enquanto a direita somente se baseia na tradição e na mitologia do homem forte e providencial que tudo vai resolver a contento da pátria e dos patriotas.

Absolvendo o ex-deputado em relação aos desfechos de semelhantes intelectualidades à la gauche, não devemos esquecer que esta também propõe e, não raras vezes impõe, um caminho e um destino que quer caminhantes quer destinados devem percorrer e concluir: o seu sucesso é o sucesso da ideologia. De facto, por defeito a direita é avessa a utopias e, forma geral, combate-as em nome da decência, da prudência, do pragmatismo e da vida humana. Preconceitos à parte, podemos dar a mão à palmatória quando o socialista afirma que a esquerda se baseia na racionalidade – acrescentando e sublinhando que essa zona do espectro político encara a Razão como a medida de todas as coisas. Ignorando a experiência histórica, a cadeia de eventos, causas e efeitos partilhados por um povo, ela pretende iniciar ab initio, ou seja, a partir do vazio e do nada e........

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