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As mulheres na História

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01.07.2025

É uma das grandes contradições performativas de um certo pensamento feminista: recorrer à noção de patriarcado para descrever um sistema que oprime de tal forma as mulheres que elas estariam condenadas a uma irrelevância absoluta na esfera pública e depois defender que os currículos académicos devem ser modificados para introduzir todas as mulheres que foram excluídas – sem notar que cada uma delas constitui um contraexemplo à tese inicial.

Como sempre acontece, a realidade é mais complexa do que estas explicações ideológicas simplistas. A menor importância das mulheres na esfera política parece resultar, antes, de um facto histórico: a legitimidade política decorreu, na maior parte da história humana, da participação militar – de acordo com a ideia de que a disponibilidade para morrer pela cidade correspondia ao direito de governar a cidade. E essa disponibilidade foi assumida até muito recentemente, e quase sem exceções, pelos homens – e por razões compreensíveis.

Apenas com o esquema liberal, a pacificação crescente das sociedades ocidentais e o desenvolvimento tecnológico se alterou a relação entre deveres militares e direitos políticos. Mas não deixa de ser curioso como foi um evento militar (a Grande Guerra) a colocar de forma mais premente a participação política das mulheres, uma vez que a forte mobilização militar dos homens conduziu a uma forte participação feminina na esfera pública.

Ainda assim, e como provam os múltiplos currículos inclusivos que se dedicam apenas a figuras femininas, foram........

© Observador