Não passa no telejornal
A semana passada, a China recebeu uma parada comemorativa do final da Segunda Guerra Mundial. Ao lado de Xi Jinping, estavam Vladimir Putin, Kim Jong-un e Narendra Modi. Uma parte do mundo assistiu de boca aberta. E, no próximo Domingo, o Papa vai presidir a uma oração anunciada como “Comemoração dos mártires e testemunhas da fé do séc. XXI”. À primeira vista, entre ambas as circunstâncias não há semelhanças, mas não é bem assim: grande parte dos líderes que festejaram, em Pequim, o fim da Segunda Guerra Mundial governa países onde hoje a liberdade religiosa é restringida e onde os cristãos vivem, frequentemente, sob perseguição.
Na China, cruzes são retiradas de templos, igrejas são vigiadas, padres e bispos permanecem detidos e estes últimos, num polémico acordo entre o Vaticano e o estado chinês, necessitam de autorização do governo para serem nomeados. Na Índia, de Narendra Modi, as estatísticas são brutais: só em 2025, no estado de Manipur, centenas de igrejas foram destruídas e milhares de cristãos expulsos das suas aldeias. Na Coreia do Norte, de Kim Jong-un, a perseguição é absoluta: praticar o cristianismo é crime contra o Estado. Na Rússia, de Putin, o controlo não é menor: igrejas fora da órbita da Igreja Ortodoxa russa são perseguidas,........
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