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O celibato na Igreja Católica Oriental e Ocidental

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17.08.2025

Nem sempre foi obrigatório o celibato dos presbíteros católicos pois, nos primeiros tempos da história da Igreja, também os homens casados eram admitidos ao sacerdócio. Este costume manteve-se na Igreja católica oriental, mas não na Igreja católica latina, na qual o celibato é condição sine qua non para a ordenação sacerdotal.

O precedente da Igreja primitiva, o exemplo da Igreja católica oriental, o recente escândalo dos abusos de menores por sacerdotes, bem como a escassez de clero celibatário relançaram a questão da obrigatoriedade do celibato na Igreja católica latina.

Para este efeito, pareceu oportuno entrevistar o Papa São Paulo VI (*), que dedicou ao celibato sacerdotal uma das suas mais importantes encíclicas.

– Ao princípio, a Igreja católica não exigia o celibato aos candidatos ao presbiterado. Alguns Padres da Igreja, os primitivos escritores eclesiásticos, parecem até mais inclinados à ordenação de homens casados do que de homens solteiros …

“A estreita ligação – dizem alguns – que os Padres da Igreja e os escritores dos tempos passados estabelecem entre a vocação para o sacerdócio ministerial e a sagrada virgindade tem a sua origem em mentalidades e situações históricas muito diferentes das do nosso tempo. Lemos, na verdade, muitas vezes, nas obras dos Padres [da Igreja], que eles aconselham os sacerdotes mais a moderar o uso do matrimónio do que a guardar o celibato” (nº 6).

– Pode-se então dizer que a tradição do celibato eclesiástico não é apostólica, nem tem as suas raízes na primitiva Igreja?

“Na antiguidade cristã os Padres da Igreja e os escritores eclesiásticos dão testemunho da difusão, tanto no Oriente como no Ocidente, da prática livre do celibato entre os ministros sagrados, pela........

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