A Essência: Os sábios seguem o ritmo da natureza
O que somos? De onde viemos? Não sabemos bem. Não sabemos tudo. Mas sabemos que viemos da água. Que evoluímos. Que nos tornámos neste corpo e criámos a sociedade. Erguemos as suas regras, tratados, filosofias, princípios, valores, padrões morais, preconceitos, religiões, modelos socioeconómicos e políticos, instituições, hierarquias, infraestruturas, hábitos, costumes, tecnologias, leis, países, cidades, contas bancárias, horários e afins.
Com o passar do tempo, fomos afastando-nos da nossa natureza inicial. Amplificámos o ego. O estatuto. A posição social. A multiplicidade de facetas. Passámos a ser uma profissão. Um casado ou solteiro. Um ser repleto de característica e funções no grande esquema das coisas. Passámos do animal, do simples ser humano, da criança, para o ser em sociedade.
Neste novo mundo, não só nos afastámos da nossa natureza mais pura, como optamos por destruir continuadamente a natureza, especialmente depois da revolução industrial e da construção das grandes metrópoles urbanas.
Basta pensar nas filas de trânsito formadas todos os dias em milhares de cidades, nas quais seres humanos viajam isolados nos seus carros poluentes, por vezes stressados e a buzinar uns contra os outros. Ou imaginar a quantidade de bens supérfluos produzidos diariamente, retirando à natureza uma imensidão de vida sem qualquer necessidade.
Mas não nos ficámos por destruir a natureza. Avançámos também na destruição de nós próprios. As guerras são o ponto mais alto dessa destruição coletiva. Mas a destruição também é individual. Dos nossos corpos e mentes. Da nossa saúde. Das relações.
Basta constatar a imensidão de........
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