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O Islão e a política ocidental

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02.09.2025

Falar de Islão e democracia na Europa tornou-se um tabu. A mínima crítica ou constatação é rapidamente rotulada de preconceito ou islamofobia. Mas é legítimo — e acredito eu, necessário — perguntar: será o Islão, enquanto sistema cultural, religioso e jurídico, compatível com os valores democráticos liberais que sustentam a Europa que amamos?

Este texto não vai demonizar muçulmanos nem incutir medo. Não vai negar dignidade, nem desumanizar. Vai sim reconhecer que a matriz islâmica, tal como vivida e aplicada em muitos países, não se limita à fé individual: assume-se como um projeto político e jurídico, que colide com princípios democráticos básicos.

Ao longo da história, a lei islâmica (sharia) tem regulado todos os aspetos da vida social: da moralidade à criminalidade, passando pela política. O resultado é uma restrição persistente de liberdades fundamentais, em particular no que toca à liberdade de expressão, aos direitos das mulheres e à igualdade de cidadãos perante a lei.

Relatórios como o Freedom in the World 2024, da Freedom House, revelam que nenhum país de maioria muçulmana é plenamente livre. Os poucos considerados parcialmente livres — como a Tunísia ou a Indonésia — vivem retrocessos constantes.

Exemplos não faltam. Na Arábia Saudita, mulheres ainda precisam de autorização masculina para viagens ou decisões de saúde. Praticar outras religiões publicamente é proibido. O Irão, após a morte de Mahsa Amini em 2022, desencadeou protestos de mulheres pelo direito de escolher a forma de se........

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