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Lisboa em altura: crescer sem perder a alma!

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10.09.2025

À semelhança do que ocorre em muitas cidades do mundo, Lisboa, cidade de colinas e de luz, deve merecer a nossa reflexão e pensamento, bem como um debate sobre o seu futuro vertical. A construção em altura, tema que tantas paixões e controvérsias suscita, tem colocado em rota de colisão a preservação da identidade histórica e as pressões do crescimento económico e demográfico. Neste artigo de opinião, pretendo explorar as múltiplas facetas desta questão, defendendo um desenvolvimento criterioso e planeado que modernize a cidade “sem descaracterizar a sua alma”. Serão assim abordados e tomados em consideração, o peso da história e a malha urbana da cidade, a equação económica e social, os desafios técnicos e a sustentabilidade, bem como definida uma visão para o futuro da cidade, que tem em consideração a oportunidade de construção do Novo Aeroporto de Lisboa.

O Peso da História e a Malha Urbana

A identidade de Lisboa está intrinsecamente ligada à sua topografia acidentada e a uma malha urbana que evoluiu organicamente ao longo de séculos. Desde a Mouraria e Alfama, com as suas ruas sinuosas, à Baixa Pombalina, exemplo de resiliência e planeamento iluminista, a cidade apresenta uma diversidade de tecidos urbanos que contam a sua história. A preservação deste património arquitetónico e da paisagem singular, marcada pelas “sete colinas”, é um pilar fundamental da identidade lisboeta.

A legislação urbanística, como o Plano Diretor Municipal (PDM), tem procurado, com maior ou menor sucesso, gerir o crescimento, estabelecendo regras para a volumetria e altura dos edifícios. No entanto, a pressão imobiliária tem levado ao surgimento de projetos........

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