Quanto mais a luta aquece, mais o PS quer convergir
Vai por aí uma enorme comoção no PS com duas corridas eleitorais de grande importância para o partido, a disputa pela Câmara Municipal de Lisboa e as próximas eleições presidenciais. Num caso como noutro, ilustríssimas figuras da família socialista vão encontrado formas de justificar eventuais desaires e de arranjar preventivamente algum consolo: a culpa não será nunca do partido, do projeto ou do candidato escolhidos; a culpa, a existir, será da “esquerda”, que não soube ou não quis carregar o andor da figura que o Largo do Rato decidiu abençoar.
O caso da corrida à Câmara Municipal de Lisboa é o melhor exemplo disso mesmo. Houve dois debates entre candidatos. Em ambos, João Ferreira, do PCP, teve um desempenho bastante competente. Em ambos, Alexandra Leitão, do PS, teve um desempenho particularmente desinspirado. O beneficiário indireto das boas prestações de João Ferreira é, naturalmente, Carlos Moedas, que pode ganhar com a dispersão de votos à esquerda. Foram dois debates, um na SIC, outro no Observador, nada mais do que isso. Falta muito tempo e há muita campanha pela frente. Mas os alarmes soaram de imediato. E foi preciso preparar terreno.
Conclusão lógica que se foi retirando no PS: se Carlos Moedas vencer as próximas autárquicas, a culpa será sempre do PCP que não........
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