"Confiança" em quê e para quê?
Estão um pouco por todo o lado. Cartazes gigantes, com a cara de Rui Rocha e a palavra “Confiança” em letras garrafais. Funcionam como uma espécie de lembrete confrangedor: em maio, Rui Rocha pedia a confiança dos eleitores de todo o país para, presumivelmente, ser o número dois de Luís Montenegro. Não conseguiu, demitiu-se da liderança do partido, prometeu cumprir o mandato de deputado e continuar a “andar por aí”; agora, sensivelmente dois meses depois, o mesmo Rui Rocha pede confiança aos eleitores de Braga para ser presidente ou, mais realisticamente, vereador da Câmara Municipal.
Não há nada de errado num líder que, percebendo ter ficado aquém dos resultados a que se propôs, assuma a responsabilidade e se afaste da presidência de um determinado partido — Rui Rocha terá essa e outras razões perfeitamente atendíveis. Sem quebras eleitorais, conduziu o partido em circunstâncias difíceis e num contexto político particularmente complexo. Cumpriu a sua missão e está no seu perfeito direito de se libertar de um fardo solitário e tantas vezes difícil de carregar.
Agora, é um bocadinho mais difícil compreender que, num partido com as alegadas características da........
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