Estamos a assistir em direto ao colapso das várias instituições que garantiam a ordem do pós-guerra. A fórmula política do líder carismático autoritário, tradicionalista e nativista, que a isso conjuga uma política externa unilateralista em que o discurso se pauta pelo anti-globalismo, estabeleceu-se como norma em grande parte do mundo.

O nível de radicalidade e autoritarismo dos líderes pode variar de país para país, mas existem traços ideológicos comuns. A comunicação sensacionalista, que apela aos piores instintos tribais, e que usa e abusa da mística nacional, supostos valores tradicionais e religiosos, é perfeita para um mundo de algoritmos, dominado pela frustração, a ânsia por segurança numa globalização sentida como estando desregulada, e a busca por um sentido. O interessante é que estes líderes, que prometem ao eleitorado o combate à corrupção e “uma época de eterna glória nacional”, são os primeiros, aquando no poder, de promoverem ambientes onde a esfera pública e o interesse privado se confundem, levando a altos níveis de abuso de poder, nepotismo, tráfico de influências e........

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