O dia em Balsemão acabou com a revolução
Daqui a um mês, uma parte da direita vai entrar em espasmos ideológicos por causa do 25 de Novembro. Vão dizer-nos que foi nessa data que se acabou com a revolução. Vão garantir-nos que foi nessa data que passámos a ter uma democracia plena. Vão jurar-nos que foi nessa data que o país se libertou dos devaneios militaristas e terceiro-mundistas que tinham como suprema aspiração colocar as Forças Armadas a mandarem no país. Vão, em suma, contar-nos uma história bonita — mas falsa.
A seguir ao 25 de Novembro, o Movimento das Forças Armadas, carinhosamente conhecido pelas iniciais MFA, continuou a usar a ameaça das armas para impor aos partidos um “pacto” onde ditavam o que era e o que não era permitido entrar na nova Constituição que iria ser aprovada dali a uns meses. Para si próprios, os militares reservaram dois centros de poder: a Presidência da República, que seria ocupada pelo general Ramalho Eanes; e o Conselho da Revolução, nome sinistro dado a um órgão que permitia às fardas incomodar governos e travar legislação, uma vez que exercia os poderes de um Tribunal Constitucional. O objetivo indesmentível deste “pacto”, que na verdade era uma imposição, era o de conservar um “direito de tutela sobre os partidos políticos”.
Esta asfixiante “tutela” manteve-se durante sete longuíssimos anos — e só acabou porque, em 1982, o........





















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