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O acordo comercial entre os EUA e a UE

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04.08.2025

“O acordo cria certeza em tempos incertos”, disse Ursula von der Leyen, após a conclusão das negociações que fixaram uma tarifa aduaneira transversal de 15% para as exportações europeias e de 0% para as exportações americanas. Num primeiro momento, o único modo de justificar um resultado tão assimétrico como este foi recordar possibilidades mais gravosas. Podia ter sido pior foi o suspiro de alívio de alguns destacados representantes europeus, desde o Comissário para o Comércio, Maros Sefcovic, até ao chanceler alemão, Friedrich Merz, para quem as preces dos produtores alemães de automóveis soaram a ordens. O Primeiro Ministro belga foi filosófico. Descreveu o desenlace como “um momento de alívio, mas não de celebração”. Outros não se contiveram com tanta ponderação. O chefe do governo francês, Bayrou, depois de uns dias antes alertar os seus conterrâneos de que a austeridade vinha a caminho para evitar um “cenário à grega”, declarou “um dia sombrio”, e não hesitou em usar a palavra “submissão”.

De facto, nem os recursos recentemente preparados pela Europa para responder à coerção comercial de outros países – o chamado “instrumento anti-coacção” – mostraram que têm dentes; nem as estratégias mais audazes de pressão sobre os americanos, como ameaçar estrangular a economia americana com a carestia de bens intermédios........

© Observador