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Crescer sem barreiras

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18.06.2025

Tenho muita sorte. Não falo de encontrar notas no passeio ou de ter sempre onde estacionar, mas sim de ter crescido sem barreiras impostas pela sociedade.

Sou a mais velha de 3, a única menina, mas nunca fui tratada como se fosse diferente dos meus irmãos. As nossas infâncias foram passadas entre brincar às bonecas ou “às lutas”, ler ou trepar às árvores, cozinhar com a avó ou esfolar os joelhos no jardim. As expectativas para o nosso futuro eram iguais: darmos o nosso melhor na escola, tirarmos um curso e entrar no mundo do trabalho. Nunca foi colocada a hipótese de me tornar a mulher que fica em casa a cuidar dos filhos e a cozinhar. Para mim, uma realidade em que as mulheres não estudavam e/ou não trabalhavam era algo distante.

Apenas mais tarde comecei a perceber que a sociedade me via de forma diferente dos meus irmãos. Eu mesma cheguei a achar que certas coisas eram para os rapazes e outras para as raparigas. No entanto, houve coisas que não mudaram: sempre achei que as mulheres eram capazes de tanto quanto os homens. Se os meus irmãos conseguiam fazer certas........

© Observador