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Trump e os vassalos europeus   

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24.07.2025

Não adianta fingir que nada está a acontecer, como os meios de comunicação social e o circo político tentam fazer. Algo mudou, ou melhor, algo confirmou a dura realidade europeia para além das aparências e dos falsos media e representação política. Todos, por vergonha, cinismo e hipocrisia, preferem encobrir para não ter de admitir que, a União Europeia, transformou-se numa união de vassalos. Ou contam uma história, esquecendo a outra. Então, na semana passada, o que aconteceu foi que, Trump, desmascarou a narrativa do rearmamento europeu baseado na crença, já lançada na era de Biden, de uma iminente invasão russa. Ele também marginalizou a UE (e até mesmo a NATO, como veremos adiante) na questão do apoio à Ucrânia. E tudo isso foi possível graças às classes dominantes europeias que, ao invés de se concentrarem nos seus próprios interesses e criar uma força armada europeia, unindo as forças nacionais individuais em uma única organização de defesa ou, pelo menos, flanqueando os exércitos nacionais com uma força europeia, optaram por se entregar a Trump, que agora as tem penduradas pelo pescoço.

Comecemos pela Cimeira da NATO em Haia, na qual assistimos a cenas desconcertantes de servilismo: depois de um ano em que o establishment europeu se dedicou de corpo e alma a dizer-nos o quão mau era Trump, que com ele as Sete Pragas Bíblicas cairiam sobre a Europa e o mundo, agora está ajoelhado aos seus pés. E, Mark Rutte, o padrinho dos Frugal Four, os intransigentes guardiães do orçamento da UE, contra nós, os perdulários do Sul da Europa, tratados como mendigos, e obrigados a apertar os cintos, tanto que desenvolvemos as cinturas de vespa de Émilie Marie Bouchaud, transformou a nova meta de 5% do PIB para a defesa numa celebração, atribuindo o crédito a Trump e agradecendo-lhe por nos ter oferecido esta extraordinária oportunidade........

© Observador