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Da fala e do silêncio

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29.06.2025

Existe entre a Fala e o Silêncio uma faixa íntima e reservada por onde se filtra o pensamento no seu trânsito para o público. É da adivinhação da textura e da espessura dessa “estação intermédia” a caminho da comunicação que, de uma forma geral, formamos ideia, apreciamos conformidades, construímos opiniões sobre os nossos alvos de escolha em situação de interpelação. Entendo-a como uma espécie de velatura do raciocínio, igualmente proficiente e profícua, mas que, mais na ordem da sensibilidade e da intuição, com ele gera e alimenta a convicção.

Vem isto a propósito do frenesim recém-gerado relativamente à apreciação dos já-em- pista ou possíveis-futuros candidatos à Presidência da República, para as próximas eleições de 2026.

Devo confessar que ainda não cheguei a esse patamar, e, dado o ruído bélico que nos assola, ainda não consegui o silêncio interior necessário para assentar ideias sobre o assunto. Porém, não deixo de notar que, dos vários motes lançados a propósito, um dos tópicos que se levanta é precisamente a apreciação, em forma e em fundo, da Palavra de cada candidato.

Quanto a isto, não estou por ora a pensar em termos específicos, como os político-filosóficos, económico-financeiros, de gestão ou sociais ou até simplesmente retóricos que porventura os informem, mas estou tão só a tentar formular um juízo equi-diferenciativo que me permita, a partir daí, “assentar praça” numa escolha justa.

Ora nestas posições e com estes propósitos, falar todos eles têm de, e, com posições ondulantes, sobre quase todos os mesmos temas, aventam soluções, assumem compromissos, levantam o dedo em riste para ameaçar, condenar ou profetizar…Pelo que, nesta posição de candidato (nada a ver com o que o seu étimo latino candidatu- “vestido de branco”, ‘ingénuo’ , ‘puro’, indicia…) a FALA é um derivado indispensável. Público e comprometedor. E, a meu ver, um derivado do exercício, verdadeiramente “preciso” (no seu duplo sentido), que se desenvolve........

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