Crónica em dois tons
1 – Felizmente tinha visto a Thérèse Martin horas antes, e conservava ainda a luz que de lá trouxera, quando me confrontei com a tragédia de uma Lisboa dolorosamente ainda incrédula — “Mas como fora possível?”
E no entanto… (talvez fosse a tal luz), vi uma cidade onde quem tinha de acudir, acudiu bem e depressa. Parecia uma operação coordenada, coisa em que somos pouco havidos. Foram vinte e quatro horas de luto e labor incansável de todos os chamados e depois, o vento rondou. Virou-se na direção de uma apressada exigência de respostas que ainda não havia, explicações antes do tempo mínimo, averiguações extemporâneas. Parecia que uma grande parte do espaço de análise e comentário público se concentrava mais na indispensabilidade da procura de “culpados”, (autárquicas “oblige”?) do que na prática de uma regra não escrita: o uso da racionalidade. Averiguar causas; aguardar resultados; julgar; atribuir responsabilidades. Não aconteceu assim. Está-se perante uma duríssima tragédia num país ferido: ocorreu em Lisboa, uma cidade capital, hoje na moda; o acidente, num dos seus obrigatórios ex-libris, foi em si terrivelmente incomum; contavam-se estrangeiros entre mortos e feridos; a notícia foi manchete fora de portas, durante dias.
Ou seja a tragédia internacionalizou-se e os media, “oficializando” isso mesmo, exigiu a Carlos Moedas que estivesse à altura do patamar onde o acidente lisboeta fora mediaticamente colocado.
2 – Como toda a gente viu que Carlos Moedas foi quase ubíquo — esteve em todo o lado onde o presidente da Câmara deveria ter estado; que obviamente não viu obrigação (nem utilidade) em reunir logo o Executivo camarário que sempre lhe quis a pele e agora exigiria exaltadamente uma demissão sem sentido, como veio a ocorrer dias depois; que foi fazendo o que lhe competia e falando com quem devia. Ou seja, tem feito o melhor que sabe mas que nunca é mediaticamente considerado suficiente........





















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