Aeroporto Luís de Camões: um nome, promessas, e silêncio
Em maio de 2024, o Governo português anunciou com solenidade a construção do novo aeroporto internacional de Lisboa, a localizar-se no Campo de Tiro de Alcochete, e que receberá o nome de Aeroporto Luís de Camões. Depois de décadas de avanços e recuos, pareceres contraditórios, comissões técnicas e promessas políticas falhadas, o país suspirava, crente de que o impasse tinha finalmente terminado. No entanto, mais de um ano depois, a pergunta mantém-se: em que ponto estamos? Terá havido avanços reais ou apenas mais um ciclo de anúncios sem concretização? Até agora, não existem sinais concretos de obra no terreno. Não há concursos públicos lançados, nem planos ambientais apresentados. O contrato definitivo entre o Estado e a concessionária ANA (grupo Vinci) continua envolto em sigilo, e as estimativas de entrada em operação dividem-se entre o discurso político — que fala em 2034 — e os cálculos técnicos da concessionária, que empurram a abertura para 2036 ou 2037. Este atraso é particularmente crítico quando falamos de um projeto desta dimensão: a única grande infraestrutura aeroportuária de raiz atualmente em curso na Europa.
O contraste com o crescimento turístico
Enquanto o novo aeroporto permanece em compasso de espera, Portugal bate recordes no turismo. Em 2024, chegaram ao país mais de 29 milhões de turistas internacionais, um crescimento que consolidou o turismo como setor-chave, representando........
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