Almirante Reis: o erro dispensável
O eng. Carlos Moedas enredou-se num sarilho quando prometeu, para ganhar a Câmara de Lisboa, acabar com a ciclovia da Avenida Almirante Reis. Podia não ser um sarilho, ou ser um sarilho menor, se ele acreditasse no que prometeu. Não acreditava. Por isso saiu-se agora com o Projecto Integrado de Requalificação do Eixo da Almirante Reis, que mantém a ciclovia. Esta ciclovia, tal como ainda existe, foi desenhada no alcatrão, de um dia para o outro, por Fernando Medina. Mais propriamente, por Miguel Gaspar, o enérgico fanático a quem Medina entregara o pelouro da mobilidade. A alteração de Carlos Moedas demorou quatro anos a manter a bendita ciclovia. Sim, o traçado é diferente. E melhor. Por enquanto, mora em bonitas folhas de pdf.
Desde, pelo menos, os anos 50 que a Câmara de Lisboa compreendeu a quantidade e natureza dos incómodos causados pelo erro de riscar uma avenida com quase três quilómetros de comprimento e apenas 25 metros de largura naquele local, unindo zonas importantíssimas e populosas de Lisboa e atravessando bairros de enorme complexidade. A Avenida Almirante Reis é desde o nascimento uma artéria insuficiente para o caudal que a cidade precisa. Com o tempo tornou-se cada vez mais entupida e desordenada, um mal necessário a que a população perdeu o respeito.
A população, para desgosto dos governantes, anda de carro, gosta de andar de carro, compra o seu próprio carro com o dinheiro que........
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