Portugal e a Defesa Nacional: escolhas difíceis
Com a cimeira da NATO marcada para junho em Haia, os olhos da aliança atlântica estarão virados para os seus membros, incluindo Portugal. Num mundo cada vez mais instável e polarizado, marcado por guerras convencionais às portas da Europa, ameaças híbridas e desinformação, a questão da soberania nacional volta ao centro da política externa. Não há paz sem defesa — e não há liberdade sem segurança.
Portugal está, como muitos outros países europeus, perante um dilema: como investir de forma responsável e estratégica na Defesa, sem pôr em causa o equilíbrio das contas públicas nem comprometer os direitos sociais dos cidadãos? A resposta não está em gastar mais por gastar. Está em gastar melhor. Está em repensar o papel do Estado — para que este seja mais leve onde deve ser discreto e mais firme onde deve ser soberano.
Durante demasiado tempo, Portugal — tal como grande parte da Europa Ocidental — viveu na ilusão de que a paz estava garantida. A dissolução da União Soviética, a expansão da União Europeia e a globalização económica criaram a sensação de que a Defesa era uma prioridade ultrapassada. Infelizmente, a realidade geopolítica dos últimos anos tem-nos chamado à razão. A invasão da Ucrânia pela Rússia, as tensões no mar da China Meridional, o risco de terrorismo transnacional, e até........
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