Qual o papel do Ensino Superior?
Com o arranque de mais um ano letivo e a entrada de novos alunos no Ensino Superior, torna-se inevitável refletir sobre a atual gestão deste setor em Portugal. A cada novo Concurso Nacional de Acesso, verificamos uma descida progressiva das médias de entrada em muitos cursos e, em simultâneo, um aumento de vagas por preencher em áreas que outrora eram das mais procuradas. Este fenómeno não é, por si só, negativo: pode traduzir simplesmente a democratização do acesso ao ensino superior. No entanto, também revela como as escolhas dos estudantes estão cada vez mais concentradas em determinados cursos “da moda”, deixando outros com menor procura e contribuindo para um desequilíbrio na oferta formativa. É neste contexto que importa questionar: que plano tem o Estado para o Ensino Superior no presente e no futuro?
De forma geral, o sistema parece estar a ser conduzido mais pela lógica das “modas” do que por uma estratégia sólida e de longo prazo. Tome-se como exemplo o caso da Engenharia Aeroespacial: em Portugal, existem hoje cinco licenciaturas nesta área, totalizando mais de 200 vagas anuais. Mas será esta uma........
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