menu_open Columnists
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close

Nos vazios cresce o esquecimento

11 1
04.06.2025

O mapa de Portugal é cada vez mais uma ficção urbana: Lisboa, Porto e o litoral concentram os recursos, as oportunidades e, naturalmente, as pessoas. É lá que se decide, que se vive, que se cresce. O resto do território é tratado como se estivesse suspenso no tempo como um repositório de memórias, útil para discursos vagos sobre “identidade” e “tradição”, mas ausente quando se trata de apostar em decisões concretas. O interior está despovoado, esquecido e politicamente irrelevante. E esta clivagem territorial não é apenas uma constatação estatística: é uma ferida aberta que urge fechar.

O caso do Alentejo é exemplar e gritante. Uma região que ocupa mais de um terço do território nacional e onde residem menos de 500 mil pessoas. Porém? Apenas oito deputados em 230. A desproporção é tal que desvirtua a própria lógica representativa: como pode uma fatia tão significativa do país........

© Observador