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Marxismo: a máquina infinita de produção de opressores

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11.09.2025

A filosofia política influenciada por Marx, do seu início até às suas vertentes atuais, fundamenta-se numa oposição central maniqueísta entre opressores e oprimidos. Essa visão, como ferramenta de análise, transformou-se numa gramática universal que reduz a complexidade social a um binário de dominação e resistência.

António Gramsci, ao formular o conceito de hegemonia cultural, expôs a mecânica dessa filosofia. Para o teórico italiano, a verdadeira revolução não se realiza pela simples conquista do poder político, mas pela ocupação das instituições culturais, universidades, escolas e meios de comunicação. A chamada “guerra de posição” que busca substituir os valores dominantes pelos dos dominados, numa operação de engenharia social que, embora mude os protagonistas, preserva a hierarquia de poder.

O ponto cego dessa estratégia é que inevitavelmente gera a sua própria inversão: os antigos oprimidos, ao alcançar a hegemonia, reproduzem os mesmos mecanismos de exclusão que outrora combateram. A conquista de “espaços estratégicos” não elimina a marginalização, somente........

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