A minha aldeia ardeu (outra vez)
A minha aldeia ardeu. Ainda que se possa concluir que nenhuma casa tenha sido consumida pelo fogo ou que, num raio de 100 ou 200 metros, o incêndio não tocou os limites da aldeia, o que é certo é que a aldeia ardeu. Arderam todas as montanhas do longo horizonte, onde agora virá a sobressair o negro das cinzas. Arderam as almas de quem ali ainda vive e resiste, tamanha era a dimensão e o descontrolo da emergência. Arderam muitas poupanças, muitas horas de trabalho e projetos de quem, contra a racionalidade económica, ainda investia na terra.
Sou natural de Tropeço, em Arouca. Ali vivi quase metade da minha vida, até à altura em que tive de sair para a faculdade. Nas proximidades da nossa casa viviam, há pouco mais de uma década, umas 50 pessoas – sendo talvez metade crianças ou jovens. Hoje, continuam por lá a viver os pais dos jovens que foram saindo. Ainda que afetivamente o queira negar, talvez não volte a viver ali por igual período. Contudo, vivendo aí os meus pais e muitas das pessoas que fizeram o meu enquadramento mental e afetivo, sinto como meu o impacto desta tragédia.
O incêndio de 2025 não é um evento isolado. É a repetição (tristemente similar) de ocorrências anteriores – em particular 2016, mas também em 2005, 2015 e 2017. O incêndio veio com a mesma direção, pelos mesmos locais, pela mesma hora (final do dia) e com o mesmo descontrolo (e ausência de meios). Este ano não vivi o incêndio no local, mas sei que, tal como em 2016, o fogo chegou aos lugares de Folgosinho, Lomba do Meio e Tropeço sem que aí existisse retaguarda significativa.
Após estes eventos resta a sensação de impotência e a ausência de........





















Toi Staff
Gideon Levy
Tarik Cyril Amar
Stefano Lusa
Mort Laitner
Robert Sarner
Mark Travers Ph.d
Andrew Silow-Carroll
Constantin Von Hoffmeister
Ellen Ginsberg Simon