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O pseudo-antifascismo contra a democracia portuguesa

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21.11.2025

À altura em que escrevo, muitos devem pensar que já decidi o meu voto nas eleições presidenciais. Mas, na verdade, ainda não decidi.

Isto porque considero que Gouveia e Melo tem feito uma figura cada vez mais triste. Primeiro, lembrou-se, muito provavelmente por conveniência, de informar o país de que passara a precisar de militares que caiam na “tentação da política”, dispensando “cordas” para os “enforcar”. Lá se vai o que dissera a 28 de Outubro de 2021. Depois, expressou o orgulho pelo seu próprio país ao afirmar que “passados 10 anos, um imigrante é tão português como nós”. E, por último, para que ninguém se esquecesse de que cai facilmente nas armadilhas de André Ventura, acusou o seu concorrente de ter entrado num “corrupio de xenofobismo e racismo” e de adotar comportamentos que a “democracia não deve tolerar”.

Aproveitou também para agitar o fantasma do etno-nacionalismo, insinuando que, em Portugal, existe uma epidemia de políticos e outras pessoas convencidas de que a imigração se deve definir “pela cor ou pelos trajes” das pessoas que nós, portugueses, acolhemos. Como se o nosso antigo império tivesse sido situado por completo na Europa latina, caucasiana ou eslava.

E não escapou à fórmula da histeria anti-Ventura, tendo comentado que os cartazes “Isto não é o Bangladesh” e “Os ciganos têm de cumprir a lei” correspondem a um tipo de comunicação de “racismo puro e duro”, próprio de um discípulo de Salazar ou de um imitador de Hitler, conforme as circunstâncias sejam ditadas pelo mediatismo e por essa corrente de “pseudo-antifascismo”. Pelos vistos, não passa pela cabeça de ninguém que o líder do Chega está apenas a recorrer a uma frase retirada de um videoclipe criado com inteligência artificial por um anónimo evidentemente desdenhoso de tudo o que ele representa, e a usá-la em proveito próprio, mostrando que, numa democracia, é preciso saber ter sentido de humor e até transformar as paródias feitas pelos seus críticos numa vantagem política.

António José Seguro, que, apesar de tudo, continua a ser um dos membros mais honestos e inteligentes do Partido Socialista (PS), não escapou à moda e considerou os

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