Rir é perigoso, mas só quando rimos de nós mesmos
Gilmário Vemba não entrou. Nem Hugo Sousa. Nem Murilo Couto. O trio do riso foi barrado à porta como se viesse traficar sorrisos perigosos. Aparentemente, tinham um plano maquiavélico: entrar sorrindo, contar piadas, provocar gargalhadas e sair com aplausos. Uma ameaça real ao Estado de espírito nacional.
Mas calma. Tudo tem explicação. Diz o Senami — instituição que, ironicamente, celebra 50 anos como porteiro oficial da República — que os humoristas não traziam o visto certo. Vinham para rir com o povo, mas sem a bênção do Ministério da Cultura, esse templo onde o humor vai pedir licença antes de existir.
Agora, é curioso que um grupo de artistas — com nome, rosto, bilhetes vendidos e plateia à espera — seja tratado como se estivesse a tentar infiltrar-se no país para fazer stand-up em becos clandestinos. A justificar o disparate, aparece o........
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