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Independência nacional?

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25.10.2025

Somos animais gregários, ou, pelo menos, gostamos de pensar que somos. Mas a associação a um grupo, bairro, comunidade, clube, País, raça ou religião é uma moeda de duas faces: por um lado, faz-nos maiores que a nossa pequena individualidade – e esse sentimento de pertença dá-nos uma parte importante da nossa força intrínseca – mas por outro, o privilégio que nos é concedido tem um custo que é pago através do empenho na defesa do grupo, nalguns casos exigindo a oferta da própria vida.

A nossa associação a um grupo pode ser voluntária, ser o produto de uma escolha pessoal – racional ou não – mas, na prática, resulta muitas vezes do que nos rodeia: do meio e época onde nascemos ou vivemos, da nossa família e de quem temos à nossa volta seja na escola ou no trabalho. Mais recentemente, resulta também da plataforma social em que participamos. Somos, afinal, soldados de vários exércitos em que vamos sendo incorporados e que, na maior parte das vezes, ninguém nos tenha perguntado qual era a nossa opinião, mas em cujas causas militamos de alma e coração. Ora uma das mais importantes referências gregárias é, sem dúvida, a da Pátria ou da Nação, de cujo importante património material e imaterial somos co-proprietários, riqueza que é o nosso orgulho e que julgamos ser a inveja de todos os outros. O curioso é que esta grandeza singular, este atestado de supremacia, aplica-se ao mesmo tempo aos membros de todas as Nações do nosso Planeta.

No caso de Portugal, ensinam-nos a ter orgulho nos Pais da Pátria, que conquistaram o espaço onde existimos, nos Navegadores Descobridores que deram o Mundo ao Mundo e ainda em todos aqueles que por palavras, pensamentos e obras nos permitiram sermos hoje uma comunidade independente que vai a caminho de um milénio de existência. Temos uma galeria impressionante de troféus que merece, sem dúvida, ser honrada pelo contributo dos membros da associação. Contributo dedicado e entusiasta que, por vezes, origina mais prejuízo do que benfeitorias. Como esquecer o nosso querido el-rei D. Sebastião que pediu a Portugal que acorresse a honrar o privilégio de ser Português e Cristão, tal resultando na perdição........

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