Sampaio ressuscitado
Comecei recentemente a fazer umas quantas perguntas a uma IA que me recomendaram. Nada de complicado, é certo, mas o resultado foi mais do que satisfatório. À terceira vez queria saber onde estava o discurso de 2002 de Jorge Sampaio sobre imigração e ela (a inteligência, diria “ela” mesmo que o substantivo que designa a IA em questão não fosse feminino, tal foi a simpatia) disse com rodriguinhos que não tinha conhecimento de um discurso sobre imigração, mas informou que os discursos estavam listados no site da presidência da República que tem como missão ser o Tombo do que dizem e fazem os presidentes, de cujo endereço pôs o link.
Fui lá procurar e encontrei, entre muitas outras, referência a um discurso proferido na Câmara de Paris em 2002. O texto é que nicles, nem desse, nem de nenhum.
Regressei à IA em questão informando-a do insucesso e ela sugeriu que escrevesse ao Arquivo pedindo o texto.
Fiz mais uma insistência reformulando a pergunta e, sempre sem perder a cordialidade, ela sugeriu um upgrade da minha inscrição, que custaria xis. Não lhe disse, mas pensei, que poderia inteirá-la da minha doença do foro dermatológico que faz com que o pedirem-me dinheiro imediatamente me cause comichão, e deixei-a até nunca mais.
Tudo isto porque vi no Facebook um vídeo de parte de um discurso em que aquele Presidente dizia sobre o assunto umas boas coisas de extrema-direita, sem que porém houvesse qualquer link, o que me fez desconfiar. Hoje não se pode acreditar seja no que for, até mesmo vídeos, porque pode ser fabricação. Logo, é preciso ir às fontes e, se se tratar de notícias que a comunicação social veicula e a coisa tiver implicações políticas, convém apurar ainda que fontes são essas. É a ONU, por........
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