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Os cobardes do alegadamente

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01.11.2025

O “alegadamente” é uma nova forma de vida. Vive connosco, respira connosco, atravessa as redações, as empresas, os cafés e as conversas de jantar. O “alegadamente” tornou-se uma vulgaridade verbal, um escudo moral, uma espécie de vacina para quem quer dizer tudo e não assumir nada. Com uma simples palavra, o orador acredita que se liberta de qualquer responsabilidade. Mas está redondamente enganado. Porque o “alegadamente” é, queira-se ou não, a cobardia de quem quer ferir sem deixar impressões digitais.

O jornalismo, que devia investigar antes de publicar, passou a funcionar no modo “alegadamente”. O título é lançado, a suspeita é semeada, o rumor germina, e quando se descobre que afinal nada daquilo se confirma, o dano está feito. O “alegadamente” é a melhor forma de lançar lama e continuar de mãos limpas.........

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