Multiculturalismo e a sociedade sharia-compatível
Dado que a maior parte da imigração para a Europa é oriunda de países muçulmanos, qualquer debate honesto sobre este assunto tem o dever de pesar as diferenças entre as duas culturas. Por este motivo, tentemos responder a duas perguntas.
Ora, a boa-vontade permite proceder de duas maneiras: ou se trata a pessoa como igual, o que a seu ver será uma falta uma vez que se julga superior; ou se trata a pessoa como superior que julga que é, e, nesse caso, falta-se antes à igualdade. De qualquer modo, parece que não é possível tratar essa pessoa como igual.
2. Será que alguém pode receber em sua casa uma pessoa que julga que, na verdade, a casa lhe pertence?
O problema é semelhante. Por um lado, a pessoa recebida reivindica um direito que não tem, e, por outro lado, seria absurdo que alguém fosse recebido na sua própria casa. Mais uma vez, a resposta é não.
O interesse da questão torna-se evidente no dia em que alguém como Yusuf al Qaradawi bate à porta.
Este senhor, o Xeque al-Qaradawi, foi, até ao seu falecimento em 2022, um dos líderes doutrinários da religião muçulmana. Ainda hoje, a sua palavra é divulgada e respeitada, tanto no mundo árabe como nos países ocidentais, entre os imigrantes muçulmanos.
Para além da sua voz do coro antissemita, al-Qaradawi tornou-se célebre pela sua defesa da aplicação gradual da shari’a, a lei dos........
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