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Territórios com futuro, cidades sem rumo

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24.07.2025

Num país em que o discurso sobre coesão territorial é constante, raramente se aborda com frontalidade uma realidade desconfortável: as cidades capitais de distrito do interior estão a definhar, mesmo quando as regiões que lideram crescem económica e produtivamente. Esta contradição profunda é um dos grandes bloqueios ao verdadeiro desenvolvimento equilibrado de Portugal.

Ao longo da última década, muitas sub-regiões do interior alavancaram o seu PIB graças à modernização agrícola, à expansão da agroindústria, às energias renováveis e ao investimento estrangeiro. Mas as cidades que deveriam funcionar como centros motores dessas dinâmicas continuam sem transportes eficientes, sem capacidade de atração para talento jovem, sem polos universitários relevantes e, acima de tudo, sem ambição política clara.

A coesão territorial não se faz apenas com produção no campo ou crescimento industrial disperso. Exige cidades capitais capazes de concentrar, organizar e redistribuir o valor económico da região, oferecendo serviços públicos de qualidade, cultura, inovação e oportunidades. Quando essas cidades falham, toda a lógica de desenvolvimento regional fica incompleta — e o país, inevitavelmente, desigual.

Vejamos o caso emblemático de Beja: capital de uma região em crescimento, mas com a cidade em estagnação. Temos mais uma quantas cidades na mesma situação, mas Beja destaca-se por ser a capita do distrito onde estão a 2ª e a 5ª região com o maior PIB per Capita do país. Analisemos então este caso

Portugal tem vivido um fenómeno curioso: algumas das regiões tradicionalmente vistas........

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