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Um Estado Islâmico na esquina mais próxima

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15.08.2025

Comecemos pelo diagnóstico, que não é para estômagos sensíveis: em 2024, os incidentes contra judeus na UE, aumentaram 84%. Judeus agredidos na rua, lojas vandalizadas com a estrela amarela, crianças aconselhadas a esconder certos símbolos no caminho para a escola. Enquanto isso, partidos “moderados”, incluindo o “nosso” PSD e o Dr. Marques Mendes, entretêm-se numa corrida de 100 metros livres para ver quem condena Israel mais depressa e bem. Lá longe, a ONU guterrista continua no seu número de desfaçatez: elege o Irão para comissões de direitos humanos e cospe relatórios contra Israel com a cadência dos sinos da aldeia.

E olhando para certos bairros europeus, surgem ideias tão absurdas que a reação imediata pode ser um esgar incrédulo e um sorriso trocista. Depois, primeiro estranha-se, depois entranha-se. E a realidade começa a tratar de apagar o sorriso. Uma dessas ideias é, por exemplo, num tempo em que se reconhecem estados que não existem, a súbita proclamação de uma zona libertada islâmica, quiçá um califado, não nos desertos poeirentos do Médio Oriente, mas num bairro de Paris, numa parte de Bruxelas, ou até no Martim Moniz.

Há fonteiras, há povo, há um proclamador inflamado, há idiotas úteis. Que mais é preciso?

Parece disparatado? Inverosímil?

Tão inverosímil como um primeiro-ministro com milhares de euros escondidos numa estante ou um Dr. Rangel a ameaçar o reconhecimento de estados imaginários?

E, no entanto, aqui estamos: numa Europa onde tudo acontece, onde tudo pode acontecer, incluindo televisões a passarem ininterruptamente a propagada de grupos jihadistas, e onde multidões ululam pelas ruas, sem sombra de vergonha, a glorificar terroristas e antissemitas, e a berrar slogans que fariam corar Goebbels.

Sim, agora que a velha doença europeia voltou a ter febres altas, tudo é possível. É fácil imaginar que, numa qualquer bela manhã de Verão, um subúrbio de Bruxelas, um bairro londrino ou até a Rua de Benformoso, acordem com o anúncio inflamado de um barbudo enfarpelado num shalwar kameez: “Este território pertence ao Dar-al-Islam, Allahu Akbar, e essas coisas.”

O que fariam as “elites” culturais e intelectuais, como o Dr. Rui Tavares, a Dra. Alexandra Leitão, o Professor Marcelo e os juízes que debitam platitudes a partir do Palácio Ratton?

Fugiriam?

Não, mais provavelmente organizariam uma mesa-redonda na SIC Notícias ou na Aula Magna, enfeitadas com bandeiras palestinianas. Entre........

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