Os amigos de Putin e os inimigos de si mesmos
A aventura russa na Ucrânia não me apanhou desprevenido, tal como não surpreenderia qualquer pessoa com pelo menos dois neurónios que já tivesse olhado com atenção e distanciamento para o currículo de Moscovo: Geórgia em 2008, Crimeia em 2014 e, antes disso, o desfile habitual de ameaças, mentiras, blindados e prepotências nos arredores do império.
O sistema internacional, apesar dos suspiros utópicos de gente perigosa como ingénuos e ignorantes, continua a ser um campo de batalha hobbesiano, com canhões apontados às fronteiras uns dos outros.
O poder tem horror ao vazio e, sempre que uma potência com maus fígados sente ter músculo e oportunidade para alterar um status quo que não lhe agrada, não hesita em fazê-lo. A História confirma-o e não há “Alianças de Civilizações” com Zapateros, Erdogans, e declarações de boas intenções que a desmintam.
Mas o que entristece, no caso da Ucrânia, é menos a brutalidade e a desfaçatez russa, do que a simpatia envergonhada, ou nem tanto, que Moscovo suscita em certos meios. Nos media, nas redes sociais e até na política portuguesa, há quem suspire pelo Sr. Putin como se ele fosse uma versão caucasiana do Che Guevara, apenas com mais mísseis, mais capacidade de matar e menos charme fotogénico. Essa gente olha para o Ocidente, a sua civilização, os seus valores e o conforto que lhes permite berrar disparates urbi et orbi, com um desprezo mal disfarçado, como se torcer pelo........





















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