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Oikofobia: a virtude moral de cuspir na própria casa

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21.12.2025

Alexandre Guerreiro parece ser um português ao serviço do Kremlin. As suas intervenções públicas são sempre alinhadas com a narrativa de Moscovo, e segundo vários meios de comunicação social, viaja frequentemente para Moscovo e faz parte de organismos pagos pelo Kremlin. É apenas um caso entre muitos, desde a liderança do PCP a generais reformados e outros “especialistas”, passando por gente que acampa em vários partidos. Por exemplo, o novo mandatário da campanha presidencial de André Ventura é sobejamente conhecido pelas suas persistentes posições putinistas, naquilo que muitos, mesmo dentro do Chega, encaram como um monumental tiro no pé.

Há épocas em que as sociedades se dedicam a melhorar-se; e há épocas, como a nossa, em que uma grande parte das pessoas se entrega com frenética raiva à tarefa inversa: desconstruir, denegrir, criticar, e sabotar os elementos que asseguram a coesão do grupo a que pertencem. Derrubam estátuas, reescrevem a História com arrogância teleológica, e distribuem desprezo pelos valores herdados e pelos concidadãos que ainda não aprenderam a odiar-se a si próprios.

Fazem-no com zelo e fúria, como se a destruição das vigências colectivas fosse condição necessária para a salvação da própria alma.

Este fenómeno tornou-se particularmente visível com a guerra desencadeada pela Rússia e com o ódio obsessivo dirigido a Israel. Uma fracção nada irrelevante das sociedades ocidentais encontrou aqui uma irresistível oportunidade para confirmar a sua tese de que os culpados somos nós. Ou, quando convém afinar o alvo, os judeus, que de certo modo fazem parte desse nós. Porquê? Porque grande parte daquilo que nos define como civilização, remete para o que se passou, há milénios, na zona onde eles nasceram para a........

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