O corolário Trump
Faltam poucas semanas para terminar o ano. Contudo, creio que é seguro afirmar que o regresso de Donald Trump constitui, inequivocamente, o acontecimento mais consequente deste ano político. A recente publicação do documento de Estratégia de Segurança Nacional cristalizou a visão do mundo da actual administração norte-americana. Raros documentos espelham com tanta fidelidade o modo como Trump e a sua elite política e económica entendem as dinâmicas nacionais e internacionais. Por razões que se compreendem facilmente, dedicarei particular atenção ao modo como este documento concebe a relação com a Europa.
Este documento da administração Trump pode ser dividido em duas componentes: económica e cultural. O diagnóstico económico coincide com aquilo que as elites europeias já foram capazes de diagnosticar, embora seja estranho. Estranho porque, por um lado, no documento Trump defende de forma veemente que a soberania dos países é sagrada e não deve haver qualquer ingerência externa. No entanto, em seguida, elenca um conjunto de mudanças que exige que a Europa faça – ou seja, soberania para nós, mas não para vocês. É verdade que, ao longo das últimas décadas, o peso económico da Europa no PIB mundial tem vindo a descer. No entanto, é preciso colocar isto em perspectiva e perceber o que aconteceu.
É verdade que a Europa perdeu peso económico no mundo. No entanto, continua a ser um continente riquíssimo, com os melhores indicadores de bem-estar do mundo. O contrato social é diferente na Europa. Simplesmente, as expectativas dos cidadãos em relação aos bens públicos, à pobreza, ao acesso à saúde, à desigualdade são diferentes em relação aos seus congéneres americanos. E, por favor, não confundamos Europa com Portugal. Na Europa rica a classe média continua a viver muito bem, com padrões de vida que, não sendo iguais em termos de consumo individual à sua congénere americana,........





















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