Fogo Posto
O delegado da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) nas Nações Unidas, Nikolai Fedorenko, declarou no seu discurso à Assembleia Geral de 12 de Junho de 1967, que o sionismo era o herdeiro do nazismo e que os seus métodos lembravam os de Hitler. Até prova em contrário, é historicamente a primeira equação entre sionismo e nazismo. Ficou dado o mote.
É na esteira do caminho aberto pela URSS (que, recorde-se, abafava a todo o custo a divulgação das origens judaicas de Lenine; recorde-se também a patética e ridícula vergonha de Andropov quanto aos seus antepassados judeus) e pela sua política anti-semita, de que só se desviou pontualmente pela consideração de interesses mais prementes, que desde então se repete a ladainha.
Os tempos mais recentes não são excepção. Bem pelo contrário. O cerrar de fileiras em torno da palavra genocídio visa precisamente manter essa ligação com o objectivo de deslegitimar o apoio ocidental, e não só, ao Estado de Israel. A propaganda do grupo terrorista funcionou como um instrumento de alta precisão nas opiniões públicas e publicadas; inteligente, o Hamas percebeu muito bem que as palavras eram o relâmpago que precede o trovão dos actos.
Primeiro, foi a insistência na palavra ainda sob a forma de pretensão. Israel, disse-se e redisse-se, está a cometer um genocídio. À força de repetição, a tese tornou-se o referente normal, tácito do conflito desencadeado pelo ataque do Hamas de 7 de Outubro de 2023 contra Israel, com o seu........
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