Considerações sobre o ensino da História
No mês passado, com a veemência, clareza e razoabilidade que a caracterizam, a ex-deputada Cecília Meireles disse o seguinte no seu espaço de comentário na SIC: “Eu tenho uma costela bastante conservadora e, portanto, eu não me envergonho de dizer que eu acho que a escola deve servir sobretudo para ensinar a ler, escrever e contar. E isto é uma coisa que arrepiará algumas cabeças mais progressistas. Mas porque é que eu acho isto? Acho que é uma maneira simples, um tanto simplista, mas verdadeira, de descrever competências básicas. Para as pessoas aprenderem a pensar criticamente, a formarem a sua opinião sobre a opinião dos outros, isso implica passarem anos de estudo. E nós vivemos numa sociedade em que tudo é imediato. Nós queremos dizer às crianças que é possível, desde o momento em que aprendam a ler uma frase, que é possível ter uma opinião completamente cabal sobre ela. Não é. Isso requer estudo, requer esforço, requer concentração, requer disciplina”.
Estou inteiramente de acordo com esta declaração e arrepia-me que, na sala de aula, se transmita aos alunos a ideia de que uma vez lida meia página, um parágrafo ou nem isso, já se sabe o suficiente sobre um assunto para sobre ele formar sólidas convicções e emitir opiniões abalizadas. Tive, nos meus já distantes anos de professor do secundário, a percepção desse risco. Já nessa altura (1979-86) se pedia aos alunos que fizessem interpretações e críticas a partir de pequenos fragmentos de um texto ou de um documento. O risco não era, claro está, a interpretação nem a crítica, era a noção que se lhes transmitia, e julgo que ainda se........





















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