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Ainda o Bastião Autárquico do PS

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20.10.2025

A persistente força do Partido Socialista (PS) nas autarquias locais, contrastando com a sua perda de poder e a ascensão do CHEGA a nível legislativo, é explicada pela combinação de dois fatores interdependentes: a superioridade da sua máquina partidária e de recrutamento territorialmente implantada e o seu controlo histórico e estratégico sobre o aparelho de Estado ou seja, a “máquina institucional” da Segurança Social, empresas públicas e administração), que lhe permite manter uma rede eficaz de influência, distribuição de recursos e fidelização eleitoral a nível municipal, onde o voto é mais sobre gestão e menos sobre protesto.

Em primeiro lugar, nível cultural: A Inércia do “Partido-Estado” e o Vínculo do “Autarca-Pai”. Em vastas áreas do país, nomeadamente no interior e sul, o PS estabeleceu-se como o partido “natural” do poder local desde o 25 de Abril. Esta hegemonia criou uma cultura política de inércia onde mudar de partido é visto como uma rutura arriscada com a estabilidade e o acesso a Lisboa.

Por um lado, o líder autárquico (Presidente da Câmara) socialista é frequentemente uma figura que transcende a ideologia. Sendo o gestor de proximidade, o solucionador de problemas quotidianos (estradas, escolas, festas). Esta relação pessoal, de vínculo afetivo-clientelar é resistente ao voto de útil que impulsiona o CHEGA nas legislativas.

Por outro lado, o CHEGA é culturalmente percebido, a nível local, como um partido de protesto e denúncia e ainda não de gestão e........

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