Não há isso de limpeza da floresta. E ainda bem
Ouvi na rádio uma entrevista em que a jornalista questiona o bombeiro sobre a obrigatoriedade de limpar, e este confirma a obrigação mas refere as dificuldades da limpeza por reformados com pequenas propriedades e poucos recursos.
Os nomes são irrelevantes porque imensos órgãos de comunicação social, jornalistas ou bombeiros e proteção civil poderiam dizer – e dizem – o mesmo.
Criou-se esta ideia, vinda das palavras dos governos socialistas que despudoradamente até ao nome de D. Dinis recorreram para propaganda. Contudo, não passa de um mito: nenhuma floresta tem obrigação de ser limpa. O que existe em Portugal é uma limpeza obrigatória de infraestruturas – sejam casas, estradas, linhas elétricas, caminho de ferro, etc. Ainda há uns anos um estudo simulava o que seria todo esse trabalho feito no Algarve: coisa pouca. Aliás, nem era preciso estudo algum quando vemos o fogo galgar rios, barragens, autoestradas, etc.
Adiante: temos então que limpeza da floresta não existe em Portugal. E sabem que mais? Ainda bem. Porque tal limpeza obrigatória seria um autêntico desastre tanto económico como ecológico.
Ecológico porque os matos e matagais são ambientalmente importantíssimos: muitas espécies são exclusivas de Portugal ou da Península Ibérica, abrigam importantes conjuntos de plantas endémicas, raras ou protegidas, são ainda o suporte de grande parte do nosso rico conjunto faunístico, de Insetos ou Ratos a Linces ou a Coelhos e Perdizes,........
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