Nos 50 anos da morte de Franco
A 20 de Novembro de 1975 morreu Francisco Franco (1892-1975), chefe militar vencedor da Guerra Civil e “Caudillo” de Espanha por quase 40 anos. A sua história confunde-se com a História da Espanha do século XX e foi determinante, para o bem e para o mal, para o que ali se passou e passa.
Talvez por isso, seja de registar e louvar o facto de D. Juan Carlos de Borbón, nas suas memórias, agora publicadas em França, ter tratado Franco com respeito, objectividade, e até afecto, desafiando o “discurso institucional”. Será também um acto de gratidão – foi Franco quem o fez rei, quem o “restaurou” ou “instaurou” – mas poderia tê-lo esquecido, e não o fez.
Franco, Francisco Franco y Bahamonde, nasceu no Ferrol, na Galiza, em 1892 numa família de oficiais de Marinha que se destruturou quando o pai, Nicolás Franco Salgado-Araújo, abandonou a mulher e os cinco filhos e partiu para Madrid com Agustina Aldana. Nicolás, que tivera uma boa carreira na Academia Naval e combatera em Cuba e nas Filipinas, era um liberal com laivos maçónicos. Casara em 1890 com Pilar Bahamonde y Pardo de Andrade, uma mulher católica, melancólica e determinada. Bebia e era, em casa, autoritário e duro para com a mulher e os filhos.
Franco era de baixa estatura e não conseguiu entrar na Marinha por não ter altura suficiente, mas foi para o Exército, para a Academia Militar de Toledo. Serviu nas guerras de Marrocos entre 1912 e 1926 e, no quadro das promoções por bravura em combate, chegou a general em 1925, com 33 anos. Depois, foi director da Academia Militar de Saragoça e o governo centro-direitista de Gil Robles nomeou-o Chefe do Estado Maior do Exército.
Era, acima de tudo, um militar profissional, e é como tal que se conduz até 1936. Tinha convicções patrióticas e conservadoras, mas não conspirou contra a República, proclamada em 1931. Em Fevereiro de 1936, a Frente Popular, uma coligação de toda a Esquerda, incluindo comunistas, anarquistas, socialistas e separatistas vascos e catalães, ganhou, por pequena diferença, as eleições parlamentares. E seguiu para a deriva tradicional das esquerdas ibéricas – matar padres, queimar igrejas, ocupar propriedades e esmagar a reacção, no caso, usando milícias e bandos armados. Havia em Espanha um partido fascista – ou nacionalista revolucionário – a Falange, fundado por José António Primo de Rivera, um líder carismático inspirado pelos princípios do nacional........





















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