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A democracia a funcionar

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21.09.2025

Nas eleições autárquicas no passado Domingo, na Renânia Vestfália, o Estado mais populoso da Alemanha, a União Democrata Cristã (CDU) do Chanceler Merz ganhou com 33% e os sociais-democratas (SPD), parceiros da coligação da CDU no governo, ficaram em segundo lugar, com 22%. O partido nacionalista AFD ficou em terceiro lugar.

Mas nem tudo são rosas, e muito menos cravos, porque se nas últimas eleições municipais a AFD tinha tido 5,1%, teve agora 15%. Ou seja, triplicou o voto. E isto, apesar da intensa campanha de propaganda a acusar o partido de Alice Weidel de radicalismo e de neo-nazismo. O sucesso da AFD na Renânia-Vestfália, bem longe dos seus feudos da ex-Alemanha Oriental, é mais um sinal de que “a Democracia” não está a funcionar “como devia”.

Aparentemente, a qualificação pelo Departamento Federal para a Protecção da Constituição, a “secreta” alemã, da AFD como “comprovada organização extremista de direita” e as pressões para a proibição do partido, não têm tido grande efeito junto dos eleitores. A última sondagem para as eleições parlamentares alemãs dá a AFD em primeiro lugar (27%) seguida pela CDU (26%) e pelo SPD (15%).

O progresso da Direita nas urnas enerva; felizmente, nem só de eleições vive a Democracia. No Brasil aposta-se agora no papel correctivo dos tribunais para a “salvar”. A condenação de Bolsonaro a 27 anos de prisão por “conspiração contra a democracia” por um tribunal cuja maioria dos juízes foi nomeada........

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