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A Universidade (Des)acessível: quando os custos excluem

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06.09.2025

Em 2025, o número de candidaturas à 1.ª fase do acesso ao Ensino Superior caiu abaixo das 50 mil. Segundo dados da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), apenas 49.595 estudantes se candidataram – uma queda de 9 mil face a 2024. Um valor só comparável ao de 2018, e muito abaixo dos cerca de 60 mil registados entre 2020 e 2021. É certo que o contexto demográfico pode explicar em parte este abrandamento. Mas há mais. Há razões estruturais, económicas e até políticas que estão a afastar os jovens da Universidade. Os elevados custos de frequência, sobretudo com alojamento, alimentação e transportes são o grande calcanhar de Aquiles.

Num país onde a residência universitária pode custar entre 250 e 450 euros por mês (às vezes até mais), e onde a propina já ronda os 700 euros anualmente, estudar é, para muitas famílias, um esforço incomportável. Pior ainda quando o estudante precisa de se deslocar para outra cidade, sem acesso a apoios adequados ou muitos deles parcos. A ameaça, ainda não concretizada, mas vocalizada, de descongelamento das propinas por parte do Ministério da Educação só agravou o sentimento de instabilidade entre estudantes e famílias.

É este o paradoxo: temos um recorde de........

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