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Do Butão a Portugal, uma viagem com destino à saúde mental

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08.08.2025

“Durante um ano, o super viajado Eric Weiner não fez outra coisa senão perseguir um objetivo fugidio: encontrar a felicidade.” Assim começa “The Geography of Bliss”, um livro que nos leva por dez países, cada um com a sua maneira de procurar o bem-estar. Entre eles, o Butão, onde não há semáforos, mas se mede a Felicidade Interna Bruta, contrastando com realidades como a Moldávia ou o Qatar. O que Weiner descobre é simples mas revolucionário: a felicidade é menos uma questão de riqueza e mais uma questão de escolhas coletivas. E se Portugal ousasse entrar nesse mapa?

Vivemos tempos em que a saúde mental deixou de ser apenas uma especialidade clínica para se tornar um desafio civilizacional. Segundo a OMS, um quarto da população mundial será afetado por perturbações mentais ao longo da vida. Em Portugal, os números são ainda mais graves: 22% da população vive ou viverá com doença mental. Pior ainda: 60% destas pessoas não têm acesso aos cuidados de que necessitam. A depressão, distúrbios da ansiedade, transtornos da personalidade, ou patologias de maior impacto como doença bipolar ou esquizofrenia, continuam a ser das principais causas de incapacidade e exclusão social.

O custo é insustentável. Não apenas humano, mas também económico: a Comissão Lancet, em 2018, estimou que a crise global da saúde mental possa custar ao mundo 16 triliões de dólares até 2030. A produtividade perdida e o impacto nos sistemas sociais já ultrapassam 1 trilião de dólares anuais. Apesar disto,........

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