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A arte de envelhecer: entre medicina e o algoritmo

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06.05.2025

Portugal está a envelhecer. É um dado estatístico e uma evidência sociológica. Mas, mais do que isso, é um drama silencioso que se desenrola nos corredores dos hospitais, nas listas de espera infindáveis e nas casas onde os velhos vivem sós. Drama que não o deveria ser, ao bom estilo Japonês e das sociedades eticamente maduras.

Envelhecer, dizia Simone de Beauvoir, é uma das grandes questões humanas que só se tornam urgentes quando nos tocam de perto: “A velhice denuncia o fracasso de toda a nossa civilização”.

Em Portugal essa urgência já chegou. Chegou com o peso dos anos, com as doenças crónicas, com a fragilidade física e com a dependência que se instala, muitas vezes de forma definitiva, após um enfarte, um AVC ou uma queda. Chegou com a negação da política, que continua a tratar o envelhecimento como um fardo e não como uma responsabilidade coletiva.

A medicina física e de reabilitação, essa especialidade silenciosa, muitas vezes ignorada nos palcos mais mediáticos da medicina, é hoje mais relevante do que nunca. Porque não basta viver mais tempo —........

© Observador