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Dilemas políticos

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A política portuguesa vive uma encruzilhada da qual a generalidade dos observadores, como eu próprio, não vê saída. Encruzilhada que resulta principalmente do comportamento dos partidos políticos e dos seus dirigentes que, pouco a pouco, têm vindo a perder qualidade, enquanto os partidos desaprenderam de governar ou de contribuir para a governação. O que é por demais evidente na presente campanha eleitoral para a Presidência da República, em que cada partido não prescinde de ter o seu próprio candidato, cada um a viver do seu próprio umbigo e sem a capacidade de negociação que seria normal em democracia.

Realidade que tem consequências: (a) a primeira e porventura a mais grave é o afunilamento das escolhas dos dirigentes políticos e por essa via das políticas, políticos que chegam ao poder sem a experiência, o saber e as qualidades necessárias para os cargos que ocupam; (b) as consequências são muitas, como a impreparação e a dispersão dos objectivos, a incapacidade organizativa e a ausência de planeamento; (c) decresce o profissionalismo da administração pública, na justa medida em que o amadorismo aumenta por via das escolhas político/partidárias dos partidos no poder; (d) o desconhecimento prático de muitas das regras de gestão resulta no mau uso dos recursos organizativos e tecnológicos disponíveis e o permanente recurso a mais funcionários e a mais dinheiro; (e) o tempo consumido nas lutas partidárias, por ausência de cooperação, conduz a que os resultados da governação nunca são os devidos, ou aqueles que a prática........

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