A arriscada política de Montenegro
Uma das razões que os economistas atribuem ao elevado e aparentemente difícil de corrigir desequilíbrio orçamental francês é a descida de impostos realizada por Emanuel Macron em 2018. “Metade do aumento da dívida francesa desde 2017 deve-se a essas descidas permanentes de impostos, enquanto o apoio por causa das crises [pandemia e energética] correspondem à outra metade”, afirma Xavier Ragot do ‘think tank OFCE citado pelo Financial Times.
A França tem hoje um dos mais elevados rácios de despesa pública do mundo se considerarmos os países em paz e de economia de mercado (57% do PIB) e a mais elevada carga fiscal no conjunto dos países da OCDE (43,8% do PIB, com o segundo lugar a ser ocupado pela Dinamarca). Registou um défice público de 5,8% do PIB o ano passado e tem a terceira maior dívida pública da Zona Euro (114%) a seguir à Grécia e à Itália.
Quem financia o Tesouro francês já está a abandonar o barco, como se vê pelas suas taxas de juro implícitas na dívida a dez anos, que são superiores às portuguesas. E a Fitch baixou a classificação de risco de AA para A , numa altura em que nós em Portugal recebemos a boa notícia de subida de A- para A por parte da mesma........
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