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Porque falhou o Montecostismo?

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14.11.2025

Salvo os distintos tons de cinzento, existem duas formas de um responsável político exercer o poder. Uma delas prende-se com a ideia de utilizar a política, para agir na sociedade com vista à sua transformação para melhor, entrando estes políticos na categoria de estadistas. A outra forma, é a da gestão que o mordomo faz da casa do seu senhor. Não muda nada, não melhora nada, não transforma nada, apenas se resume a gerir o orçamento.

No pós 25 de Abril, todos os responsáveis políticos, sem exceção, perceberam a necessidade da efetuar profundas transformações na sociedade portuguesa. Nessa época, as ideias que congregaram mais vontades, foram as que levariam Portugal para a entrada na então CEE, tendo as negociações começado em 1977.

Em 1983, Mario Soares toma conta do governo numa situação de emergência financeira, o que o leva a pedir a ajuda do FMI. As duras reformas estruturais exigidas pelo Fundo e pelos Critérios de Copenhaga, criaram as condições para a transformação do país.

Em 1985, Cavaco Silva torna-se primeiro-ministro, numa situação mais favorável do que aquela que se vivera dois anos antes. Mas em vez de querer repor a situação em que o país estava antes de 1983, resolveu olhar para o futuro. Nos dez anos de Cavaco Silva como primeiro-ministro, Portugal beneficiou de condições políticas, sociais e económicas que levaram à transformação da sociedade portuguesa.

O que se passou nos consulados de Mário Soares e Cavaco Silva, deveria constar nos manuais de ciência política de como deve ser governado um país. Esta intervenção do FMI é um dos melhores exemplos que esta organização tem no seu curriculum. Isto porque depois da partida do Fundo Monetário Internacional, os governos não refizeram as asneiras que tinham conduzido o país para o desastre. Mário Soares e Cavaco Silva tiveram coragem política para fazer........

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