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A NATO entre a Força e a Fraqueza 

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28.09.2025

A NATO nasceu em 1949, numa Europa devastada pela guerra e perante a ameaça soviética. Foi concebida como um pacto de defesa coletiva para garantir que nenhum país europeu enfrentaria sozinho a pressão de Moscovo. Durante décadas, funcionou como dissuasor estratégico, sustentado sobretudo pela superioridade militar norte-americana. A queda do Muro de Berlim e o colapso da União Soviética levaram muitos a pensar que a Aliança perderia utilidade. Mas a história demonstrou o contrário. A NATO sobreviveu, adaptou-se e expandiu-se para Leste, recebendo países que tinham vivido sob a influência de Moscovo.

Hoje, setenta e cinco anos depois da sua fundação, a NATO não só continua a existir como voltou a ser central para a segurança europeia. A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 foi o ponto de viragem que revalidou a sua razão de ser. Longe de estar ultrapassada, a Aliança regressou ao papel que a definiu: deter um adversário disposto a usar a força para alterar fronteiras. A entrada da Finlândia e da Suécia confirma que, perante a ameaça, os países vizinhos da Rússia procuram refúgio na NATO, e não fora dela.

O problema é que, apesar da sua indispensabilidade, a Aliança não tem demonstrado coragem suficiente para afirmar esta força. Os aliados falam em unidade, aprovam metas financeiras ambiciosas e condenam violações russas, mas hesitam quando chega a hora de traduzir palavras em ações dissuasoras inequívocas. Os Estados Unidos, que continuam a ser o pilar militar insubstituível, têm conduzido a estratégia com uma mistura de firmeza verbal e retração prática. Trump reuniu-se com Putin no Alasca, prometeu defender “cada centímetro” da NATO, mas evitou qualquer passo que pudesse comprometer a relação direta com o Kremlin. Esta ambiguidade é explorada por Moscovo, que........

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