Porquê vender casas como quem vende carros?
As palavras são quase sempre as mesmas: oportunidade, exclusividade, luminosidade. A pressa também. Há vídeos comdrones, slogans eficazes e um sentido de urgência que empurra para a decisão. Mas uma casa não é um produto de consumo rápido. É o lugar onde a vida acontece com tempo, com enraizamento, com memória. Ainda assim, o mercado insiste em tratá-la como um objeto desligado do território, da comunidade, da experiência de habitar.
Este modelo de comunicação — agressivo e centrado na escassez e na estética — tornou-se norma no setor imobiliário. Apresenta-se o imóvel como se fosse um artigo de luxo com prazo de validade. Vende-se a ilusão de que a decisão deve ser rápida, porque “não se repetirá”. No entanto, omite-se quase sempre o essencial: quem........
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