A dissolução da autoria na era algorítmica
No cenário académico contemporâneo, onde a procura pela originalidade se confronta com a eficiência algorítmica, emerge uma questão central: o que significa ser autor numa era em que a inteligência artificial se torna um coautor silencioso e, por vezes, um mestre da mimetização? A noção de “pós-plágio”, outrora uma provocação académica, revela-se agora uma realidade incontornável, desafiando as fundações da integridade intelectual e as balizas éticas que, por séculos, nortearam o ensino superior. O desafio contemporâneo não é vigiar o ato físico de copiar, mas compreender o estatuto ontológico da criação quando cada utilizador transporta no bolso um coautor sintético. Os discursos alarmistas, que clamam pelo regresso a práticas “pré‑algorítmicas”, revelam‑se tão ingénuos quanto nostálgicos. Tal como o advento da imprensa não fez ruir a literatura, a expansão da inteligência artificial não anula a originalidade; apenas a redefine. A questão que se impõe, portanto, é: que valores queremos preservar quando a fronteira entre inspiração e replicação deixou de ser nítida? Esta nova era, será marcada pela ascensão de novos modelos como o GPT-5, a validação da IA neurosimbólica e a influência subtil do ChatGPT na linguagem humana, convida-nos a uma reflexão sobre a própria natureza da criação e da aprendizagem.
A noção de “pós-plágio” não é uma mera abstração académica; é uma provocação que nos força a confrontar a obsolescência das nossas categorias éticas. Sarah Elaine Eaton, na palestra inaugural “Postplagiarism: Ethics and Integrity in the Age of Artificial Intelligence”, no NYU Teaching & Learning with Generative AI Virtual Symposium, em 27-07-2025, já antecipava que o avanço implacável da inteligência artificial colocaria em risco a definição clássica de plágio. Se outrora o autor humano era uma entidade inquestionável, agora, com as novas características do GPT-5 que irá atuar como um coautor silencioso e ubíquo, a fronteira entre inspiração e apropriação torna-se perigosamente porosa. O GPT-5 será, de facto, um agente com uma capacidade reflexiva implícita, capaz de analisar e recombinar informações com uma coerência que desafia as antigas balizas........





















Toi Staff
Sabine Sterk
Gideon Levy
Penny S. Tee
Waka Ikeda
Mark Travers Ph.d
John Nosta
Daniel Orenstein
Grant Arthur Gochin