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Quando os filhos alienados agridem os pais e as mães

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18.10.2025

Quando os filhos agridem o pai ou a mãe alienada(a), não estão a testar limites, estão a ultrapassá-los de forma profundamente alarmante. O momento em que a criança ou o adolescente alienado, já fortemente condicionado por dinâmicas de manipulação emocional, dirige a sua agressividade contra o pai ou mãe alienado(a), representa uma das manifestações mais evidentes e perturbadoras da alienação parental
Este comportamento não deve ser interpretado como mera indisciplina ou oposição típica do desenvolvimento da criança ou adolescente, mas antes como a concretização de um processo que destrói a confiança, subverte as hierarquias familiares e instala o medo como elemento regulador da relação entre o pai, a mãe e os filhos.

Com base na experiência que adquiri ao longo da intervenção com pais e mães alienado(as), observei que estes vivem frequentemente numa atmosfera de medo e coação. O receio do que possam dizer, de serem mal interpretados, acusados injustamente ou alvo de novas manipulações, conduz a um estado de autocensura e retraimento.

O medo torna-se, assim, uma das marcas mais evidentes da vivência do pai ou mãe alienado(a). A função parental enfraquece e perde segurança, o pai ou mãe alienado(a) evita impor limites, hesita em corrigir comportamentos e, muitas vezes, abdica do exercício legítimo da autoridade, temendo represálias de natureza emocional ou legal.
A relação familiar adquire um caráter assimétrico e disfuncional, o filho ou filha alienado(a) assume o papel do “moralista”, enquanto o pai ou mãe alienado(a) permanece num estado de contenção permanente, evitando conflitos e fingindo que não presencia comportamentos que exigiriam uma intervenção educativa assertiva para definir claramente os limites dos mesmos.

Observo com frequência que as situações de alienação parental podem atingir níveis de descontrolo extremo, em que os filhos chegam a agredir o pai ou a mãe alienado(a). A agressividade verbal tende, nestes casos, a evoluir para manifestações físicas, empurrões, murros ou comportamentos de confronto direto, que refletem uma deterioração significativa da regulação emocional.

Nessas circunstâncias, o filho ou filha alienado(a) deixa de reconhecer no pai ou mãe alienado(a) uma figura de afeto, confiança e segurança, passando a projetar nele(a) o objeto de rejeição construído e imposto pelo pai ou mãe alienador.

O impacto psicológico é profundo e devastador, o pai ou mãe alienado(a) sente-se vulnerável, impotente e emocionalmente desamparado(a), enquanto o filho ou filha alienado, experimenta sentimentos contraditórios de culpa, medo e confusão. A violência deixa,........

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